Crédito malparado dispara para 8,9 mil milhões
Dívidas nas empresas ascendem aos 5 mil milhões. Famílias devem valor recorde de 3,8 mil milhões
As dívidas à banca têm crescido em Portugal a um ritmo recorde. O crédito malparado entre empresas e particulares atingiu quase 8,9 mil milhões de euros, no mês de Fevereiro, mais 2,6 mil milhões, em termos homólogos. Contas feitas pelo «Correio da Manhã» apontam para uma subida de 7,2 milhões de euros, por dia.
O agravamento sentido no crédito de cobrança duvidosa é reflexo da crise económica. São as empresas que mais atingem uma situação de incumprimento: o aumento é de 6%, em relação ao ano passado. Os dados do sistema de difusão estatística do Banco de Portugal indicam que o malparado, nas empresas, alcançou os 5 mil milhões de euros, ou seja, mais 1,9 mil milhões, face ao mesmo mês do ano anterior.
Do lado dos particulares, a subida foi mais ligeira, mas mesmo assim recorde, como aponta o «Diário de Notícias»: o malparado, nas mãos das famílias, chegou aos 3,8 mil milhões de euros, o que representa um aumento absoluto de 21,6%, em termos homólogos. Mais: as famílias devem, em média, 1,9 milhões de euros por dia, à banca.
Para a habitação os números também reflectem um cenário negativo: o crédito de cobrança duvidosa subiu, mais uma vez, em Fevereiro, para um novo valor recorde: 1,9 mil milhões de euros, mais 242 milhões, em termos homólogos.
Por outro lado, as taxas de depósitos registaram mínimos históricos, em Fevereiro. Os 6,8 mil milhões de euros encaixados nas instituições de crédito reflectem o valor mensal mais baixo dos últimos cinco anos. A queda de 23,7% face ao mês anterior e de 20%, em termos homólogos, contribuiu para uma estagnação do saldo total de depósitos, no mês de Fevereiro.
A redução do número de aplicações de poupança pode ser explicada pela taxa de juro média de 1,43%, que é já o valor mais baixo dos últimos sete anos.
Por: Redacção / VC In: IOL, 13.Abr.2010
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