ENCARTES: NEM SEMPRE VALE O ESCRITO.
Pro Teste diz que problema não se restringe à diferença de preço nos supermercados: também há falta de itens.
Pegar o encarte promocional antes de fazer as compras nos supermercados é um hábito dos consumidores. Mas comparar o preço do encarte com o marcado no caixa já não é comum. E aí é que reside o problema. Um teste feito pela Pro Teste — Associação Brasileira de Defesa do Consumidor mostra que em quase a metade dos 19 super e hipermercados visitados, no Rio de Janeiro e em São Paulo, os preços pagos no caixa foram diferentes dos anunciados nos encartes.
Segundo a técnica da Pro Teste Michele Marques, em geral a divergência não abrange todos os itens. Mas ela observa que em um dos produtos a diferença chegou a R$15:
— Para evitar surpresas, sugerimos que o consumidor use uma calculadora durante as compras. Somando os valores, é possível detectar a diferença no final.
Quando os erros são sistemáticos, pode-se desconfiar de má-fé.
Michele explica que o problema não se restringe à diferença de preço. Há lugares que anunciam produtos em oferta sem tê-los em quantidade suficiente para sustentar a promoção por todo o período. São eles: Pão de Açúcar (Rio de Janeiro) e Econ, Assai, Carrefour, CompreBem e Walmart (São Paulo).
— Quando os erros são sistemáticos, pode-se desconfiar de má-fé, em vez de desorganização. Se o consumidor verifica o problema no supermercado, o gerente corrige na hora. Se for visto após a compra, só tendo o encarte e a nota fiscal para provar e reclamar no Procon. Dá trabalho reclamar, e os supermercados contam com isso — afirma Michele.
Em dez supermercados, os preços cobrados nos caixas foram menores que os anunciados nas gôndolas ou nos encartes. Como o erro beneficia o consumidor, a Pro Teste não criticou as lojas por isso.
Na análise da Pro Teste, o Prezunic (RJ) foi o estabelecimento mais bem avaliado. Hirota, Sonda, Pastorinho, Econ e Assai (em São Paulo), assim como Mundial, Assai, Extra e Rede Economia (no Rio de Janeiro), também se mostraram confiáveis. Guanabara, Sendas e Carrefour (RJ) foram considerados apenas aceitáveis devido à falta de organização.
Supermercados dizem que divergências são falhas isoladas.
Segundo Michele, 90% dos produtos em oferta tinham preços afixados nas gôndolas. Somente cinco estabelecimentos mostravam os preços originais dos produtos em promoção, mas não ultrapassaram 70% dos itens. E 10% dos produtos anunciados não foram encontrados nas lojas.
Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste, é preciso que esses encartes passem por maior controle:
— Estamos enviando o levantamento à Associação Paulista de Supermercados, para que ela nos ajude a controlar essa questão.
O Grupo Pão de Açúcar (Sendas, Pão de Açúcar e Extra) informa que controla e fiscaliza os preços. Em eventual divergência, é sempre cobrado o valor menor. A empresa se compromete a cumprir a entrega da quantidade descrita no encarte e, se o produto estiver em falta, é substituído por outro similar, ou os dados do consumidor são anotados para que lhe seja entregue o produto nas condições da oferta.
O Walmart esclarece que tem como política garantir o preço mais baixo a seus clientes. No teste, afirma, a divergência em alguns produtos deveu-se a problemas operacionais isolados.
O Carrefour informa que os produtos presentes nos encartes partem da premissa de estar à disposição em todas as lojas da rede. No entanto, dependendo da procura, os produtos podem terminar antes do previsto. Sobre a divergência de preços, a rede esclarece que prevalecerá o menor.
Jornal: O GLOBO
Nadja Sampaio
28/02/2010
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Entendo que neste caso o consumidor de posse da Nota Fiscal do Supermercado e do referido encarte deverá procurar o Procon de seu estado que claramente caracteriza má fé por parte do fornecedor uma vez que propaganda enganoza é crime.