Administrador faz questão de pagar os R$ 40 do cone que estragou. Vândalos destroem 200 deles por ano.
Rio – Enquanto vândalos estragam ou roubam cerca de 200 cones por ano no Rio, um paulista, que mora na cidade há um ano, está lutando para pagar por um sinalizador que ‘atropelou’ na Rua Jardim Botânico, há três semanas. O administrador de empresas Flávio Ribeiro Bragança, 27 anos, mandou recado para o perfil do Twitter da CET-Rio, avisando que tinha destruído um bem do patrimônio público sem querer e que desejava ressarcir a Prefeitura do Rio.
Flávio: “Muitos me chamam de otário, mas só me considero honesto”. “Mesmo que a CET-Rio não aceite o pagamento, eu vou comprar cone novo e colocar no Jardim Botânico”, disse o administrador, que se autodenomina ‘caxias’. Ele revela ser muito cauteloso no trânsito. “Não ultrapasso o limite de velocidade, não falo no celular dirigindo e prefiro ir para o trabalho a pé a estacionar o carro em lugar ilegal”, descreve Flávio, que dirige desde os 18 anos e nunca levou uma multa. Ele mora na Lagoa e trabalha no Jardim Botânico.
Sua vontade de fazer o certo não vai lhe custar só R$ 40, valor do cone. Ele tem que aturar as piadinhas dos amigos. “Muitos me chamam de otário e riem da minha decisão, mas só me considero honesto”, conta. O paulista revela que tem grande motivo para respeitar as leis: “Quero ter moral para poder reclamar. Não entendo quem pede que o Sarney saia da presidência do Senado e depois estaciona o carro na calçada e faz xixi na rua”.
A atitude de Flávio despertou a admiração da presidente da CET-Rio, Cláudia Secin, que não quer aceitar o pagamento. Ela quer conhecê-lo. “O gesto dele demonstrou muita cidadania”, afirma Cláudia, que estuda uma forma de homenageá-lo.
Destruir bens de patrimônio público é crime, com pena de seis a três anos de detenção e multa. Por ano a cidade do Rio gasta R$ 16 mil para repor 400 cones por ano. Além dos que são alvo de vandalismo, outros 200 são danificados durante operações de trânsito.
O Dia Online
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