Três funcionários da unidade foram presos. Denúncia foi feita por pai de uma paciente
Rio – Remédios e alimentos vencidos foram apreendidos ontem no Hospital Prontobaby, na Tijuca. A operação da Delegacia do Consumidor (Decon) ocorreu após denúncia do pai de menina de 2 anos internada. O diretor médico, a farmacêutica e a nutricionista da unidade pediátrica particular foram presos por crime previsto na Lei de Relação de Consumo.
“Minha filha tem tumor cancerígeno no cérebro. Está inconsciente, mas não posso aceitar que não receba tratamento digno. Quando vi que o técnico aplicaria um medicamento diferente, peguei a caixa e verifiquei que venceu em junho”, conta Leonardo Machado Lourenço, 32 anos, pai de Sophia.
MISTURA NO ALMOXARIFADO
Segundo o delegado titular da Decon, Maurício Luciano de Almeida e Silva, além deste remédio, apresentado por Leonardo, policiais encontraram no almoxarifado outros, que perderam a validade entre março e junho, inclusive um injetável para problemas cardíacos. Eles não estavam separados dos demais. “É maldade. Remédio vencido pode não fazer efeito, o que já é grave, ou até ser tóxico. Nada sugeria que seriam descartados”, afirma Maurício.
O hospital diz que o remédio apresentado pelo pai não é do lote usado pelo hospital. E nega que tenha oferecido remédio vencido à criança. Alega ainda que os produtos estavam separados para descarte.
Os investigados podem ser condenados a até 5 anos de prisão. Os produtos apreendidos serão encaminhado à perícia. “Se ficar constatado que houve alteração na fórmula, o diretor médico e a farmacêutica podem ser autuados por crime contra saúde pública. É crime hediondo, que prevê pena de até 15 anos”, disse o delegado.
Pão mofado, pizza vencida e carne sem data
Pão com mofo, pizza velha, carne e peixe sem datas de validade na embalagem ou procedência. Foi isso que os policiais da Decon encontraram na cozinha do Prontobaby.
“Pacientes e acompanhantes podem ter recebido alimentos vencidos. Esses produtos não estavam separados. Aliás, pão mofado e pizza vencida sequer deveriam estar na cozinha de um hospital”, afirmou o delegado Maurício Luciano.
A assessoria do hospital diz que os itens seriam descartados. E que a carne estava fora da embalagem porque seria servida.
POR PÂMELA OLIVEIRA
Faça seu comentário.