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Estudo diz que 4G da Claro é o mais rápido do mundo, mas também um dos mais difíceis de acessar.

Estudo diz que 4G da Claro é o mais rápido do mundo, mas também um dos mais difíceis de acessar. 

 

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Antena de celular em prédio do Centro do Rio<br />
Foto: Gustavo Stephan / O Globo

Antena de celular em prédio do Centro do Rio Gustavo Stephan / O Globo

 

RIO – Estudo divulgado na quinta-feira pela OpenSignal, empresa que monitora qualidade da cobertura celular, afirma que a rede 4G da Claro no Brasil é a mais rápida do mundo, atingindo velocidade média de download de 27,8 Mbps. Mas o 4G da operadora brasileira é também o terceiro pior do planeta em disponibilidade, pois seus assinantes só conseguem acessar a rede durante 42% do tempo. A pesquisa completa pode ser baixada neste link.

A OpenSignal analisou a situação da conectividade LTE (sigla em inglês para Long Term Evolution, tecnologia mais difundida de 4G) oferecida por 40 operadoras em 16 países. No Brasil, apenas os serviços de Claro e Vivo foram avaliados – o GLOBO entrou em contato com a OpenSignal indagando o motivo para isso mas ainda não recebeu resposta.

A companhia utilizou dados registrados por seis milhões de usuários de sua plataforma durante a segunda metade do ano passado. Dois quesitos foram levados em consideração: velocidade de download e proporção do tempo em que a rede 4G está disponível.

“A Claro Brasil tem a rede LTE mais rápida do mundo, alcançando média de download excepcionalmente rápida de 27,8 Mbps – embora seu parco desempenho em relação ao ‘tempo na LTE’ mostra que a implementação (da sua rede 4G) está longe de ser concluída”, avalia a pesquisa. “Nosso gráfico mostra que a Claro Brasil registra velocidades muito rápidas mas que sua cobertura é extremamente limitada.”

Isso significa que, na maior parte do tempo, os assinantes do 4G da Claro acabam na verdade tendo acesso a redes mais lentas, como 3G e Edge.

A rede da Vivo ficou na 31ª posição entre as 40 operadoras pesquisadas no que diz respeito à velocidade de download, atingindo média de 9,7 Mbps. Com relação à disponibilidade da rede, a Vivo se saiu muito melhor que a Claro, ficando na 25ª posição, permitindo acesso ao 4G em pouco mais da metade do tempo (51%).

Na média dos países, o resultado obtido pela Claro acabou colocando o Brasil na terceira posição no quesito velocidade do 4G, com média de 21 Mpbs, atrás apenas de Austrália (24,5 Mbps) e Itália (22,2 Mbps). Os Estados Unidos, por sua vez, possuem o segundo 4G mais lento do mundo, com média de 6,5 Mbps, melhor apenas que as Filipinas (5,3 Mbps) entre os 16 países pesquisados.

“As redes americanas tiveram desempenho fraco no quesito velocidade – com a operadora Metro PCS registrando as velocidades mais lentas entre todas as operadoras, possivelmente um resultado de sua pequena alocação de espectro, que usa frequência de 5MHz enquanto a maioria das operadoras dos EUA usa 20 MHz”, disse o estudo.

Em termos de disponibilidade de rede, o Brasil se saiu mal, ficando na terceira pior colocação, com média de 45%, à frente apenas de Rússia (42%) e Filipinas (38%). Os campeões foram Coreia do Sul (91%), Suécia (88%), Hong Kong (74%) e Japão (68%).

Número baixo de usuários pode explicar velocidade alta

O estudo da OpenSignal reafirma constatações feitas em teste realizado pelo GLOBO na ocasião do lançamento do 4G no Brasil. À época, de 20 bairros cariocas visitados pela reportagem, a rede 4G só foi encontrada em dez, pela Vivo, e em sete, pela Claro. Mas a média de velocidade de download registrada nas conexões 4G foi alta, de 25,6 Mbps, incluindo aí a Oi, que também foi avaliada.

Segundo especialistas, um dos motivos para a alta velocidade atingida no 4G brasileiro é o baixo número de usuários do serviço. Isso porque, em redes de celulares, os assinantes dividem entre si a capacidade de tráfego.

O 4G brasileiro foi lançado em meados do ano passado e já está em 81 cidades do país, mas o serviço ainda atende a um número pequeno de assinantes. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) compilados pela consultoria Teleco, o Brasil encerrou 2013 com 1,31 milhão de assinantes de 4G.

O GLOBO aguarda posicionamento das operadoras citadas sobre o estudo.

RENNAN SETTI (EMAIL)

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Site publicado em 04/05/2009
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