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Europeus compram online… mas em sites nacionais

Numa altura em que divulga mais um Painel de Avaliação do Consumo, a Comissão Europeia alerta para os “sérios obstáculos ao comércio transfronteiras no lado da oferta”, que continuam a prejudicar a construção de um mercado único online.

De acordo com a Comissão, o último estudo revela um desfasamento cada vez maior entre o crescimento do comércio electrónico entre utilizadores de um país e lojas de outro e os negócios celebrados com sites no país de residência.

Em 2010, enquanto o número de consumidores que fizeram compras online em sites nacionais aumentou 2 pontos percentuais, face a 2009, subindo para os 36 por cento, a percentagem daqueles que compraram em lojas virtuais de outro país não ultrapassou os 9 por cento – mais um ponto percentual que um ano antes.

Os números relativos às lojas mostram que o ano passado apenas 22 por cento das encomendas se destinaram a clientes noutros países da UE, um valor que se situava nos 25 por cento em 2009. Note-se que o objectivo previsto pela Agenda Digital se situa nos 25 por até 2010.

Apesar dos valores das compras transfronteiras ainda serem baixos, a principal barreira ainda é a falta de confiança, mas os receios “tendem a desaparecer quando experimentam [as aquisições transfronteiras] e têm uma boa experiência”, afirma o Comissário para a Saúde e Defesa do Consumidor, John Dalli.

Fraudes e burlas são os principais entraves às compras em lojas virtuais fora do país, segundo afirmam 62 por cento dos consumidores. Cinquenta e nove por cento referem preocupações com o procedimento a seguir em caso de problemas e 49 por cento receiam problemas com a entrega. Entre aqueles que experimentaram, estes valores descem para 34%, 30% e 20%, respectivamente.

Entre os consumidores que já fizeram compras em lojas online fora do seu país de residência, 61 por cento afirmaram mesmo ter igual confiança nas compras na Internet em sites nacionais e internacionais. Na restante população, a percentagem desce para os 33 por cento.

Os receios não parecem ser fundamentados, uma vez que, de acordo com os dados agora divulgados, apenas 16 por cento das aquisições transfronteiras sofreram atrasos, enquanto entre as nacionais a percentagem é de 18 por cento.

Nas compras fora de portas, o produto não foi entregue em 5 por cento dos casos, um valor ainda assim abaixo dos 6 por cento registados nas aquisições em sites do país de residência.

Embora estejam em análise factores distintos, os valores mostram uma clara evolução face, por exemplo, a dados reportados em Dezembro de 2009, que revelavam que 60 por cento das encomendas colocadas online em lojas de outros países eram recusadas.

14 de Março de 2011

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Site publicado em 04/05/2009
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