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Quantidade de recalls no Brasil praticamente dobra em 2010

Faltando pouco mais de dois meses para o final de 2010, o número de veículos que passaram por recall no Brasil já é quase o dobro do que em 2009. Quase 1 milhão e meio de carros e motos tiveram que retornar às concessionárias para consertar defeitos de fabricação. Em 2009, foram 729.549 os veículos que tiveram de passar pelo processo, segundo o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão do Ministério da Justiça responsável em monitorar os recalls no país.

 A esse número alarmante de recalls, soma-se um outro: o DPDC confirma que apenas 60% dos proprietários atendem ao chamado das montadoras. Em outras palavras, 40% continuam rodando com veículos defeituosos. Por conta disso, os ministérios da Cidade e da Justiça fizeram um acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) para que o histórico de recalls de um veículo seja incluído em seu Registro Nacional de Veículos Automotivos (RENAVAM). O acordo deve entrar em vigor na primeira semana de novembro.
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automobilística, José Edison Parro, explica que o aumento no número de recalls em 2010 deve-se ao fato de as montadoras estarem mais preocupadas em cultivar a clientela, ao passo que os consumidores têm mais informações sobre os veículos e seu processo de fabricação, o que faz com que cobrem providências quando surge um problema. Além disso, segundo Parro, a legislação fez com que o número de recalls aumentasse porque os órgãos brasileiros responsáveis pela fiscalização passaram a dar mais atenção às linhas de montagem dos veículos.
Para Renan Ferraciolli, assistente de direção do Proncon-SP, não existe apenas um motivo para explicar o aumento no número dos recalls. Ele diz que, devido ao mercado automobilístico brasileiro estar aquecido, houve um aumento gigantesco na produção de veículos. Com isso, o controle de qualidade dos mesmos não é feito de forma exaustiva. Além do aumento da produção, Renan explica que os novos carros mesclam peças mecânicas com sistemas eletrônicos, o que torna mais difícil a percepção de um problema. “O consumidor brasileiro tem uma boa impressão do recall, mas se o número continuar aumentando, vai começar a duvidar das montadoras”, diz ele.
Todo cliente que constate um problema de fábrica em seu veículo pode entrar em contato com a montadora para pedir uma análise do mesmo. A fabricante, junto ao DPDC, irá realizar testes para avaliar se o veículo precisa de um recall. Caso o problema seja comprovado, as marcas são responsáveis por convocar os consumidores para um reparo imediato. Em alguns casos, a própria montadora detecta o problema e convoca seus clientes. É importante lembrar que não existe prazo para realizar um recall.
Uma dúvida frequente entre muitos usuários é como os fabricantes conseguem identificar precisamente os carros que necessitam ser chamados para um recall. O processo é simples: quando é constatado o defeito em uma peça, as montadoras procuram saber quais lotes foram produzidos com itens semelhantes aos defeituosos e comunicam às concessionárias os chassis dos carros que foram produzidos no mesmo lote.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Fonte:  Davi Correia – Veja Abril
http://www.190kmhecrime.com/2010/11/quantidade-de-recalls-no-brasil_02.html

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Site publicado em 04/05/2009
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